Então chega o dia que você mais temia: seu pai, sua mãe, um idoso bem próximo começa a dar sinais de que não está bem. Podem ser evidências de esquecimento ou tremores persistentes; um tombo, uma falta de ar…
Calma. Se você já tinha em seu coração o sentimento de que era provável precisar lidar com isso, esses são alguns dos sinais de que você será a pessoa que vai tomar a frente.
Primeiras providências: após cuidar do paciente em questão, veja com quem pode contar – a chamada rede de apoio. E as pessoas que vão compor essa rede podem dividir as incumbências que estão por vir, seja emocionalmente; para ajudar no cuidado presencial, atuando ou observando eventuais cuidadores; administrando ou ministrando as medicações; marcando e acompanhando nas consultas médicas em diversas especialidades ou em outros profissionais de saúde: fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo, etc.; selecionando cuidadores; sendo responsável economicamente ou por arrecadar quantias com familiares e administrar as finanças, enfim, providenciando detalhes que variam de acordo com o paciente. Nessa hora, somos surpreendidos por familiares ou amigos que se afastam e outros que se aproximam, oferecendo seu melhor.
Busque aliados: se essa pessoa idosa é casada e tem um companheiro lúcido ou alguma secretária do lar que já vivia na casa, esta será a segunda pessoa atingida emocionalmente pela doença, além do, agora, paciente. Será uma aliada para você contar. Porque, provavelmente, é aquela com mais poder de influência sobre o paciente, para que os caminhos sejam abertos nessa fase inicial e delicada, dependendo da patologia, do nível de dependência e de lucidez do paciente. Outros membros da família devem tomar conhecimento e ser convidados a visitar mais, participar mais da vida dessa pessoa.
Após alguma definição, o que nem sempre é rápido quando envolve famílias maiores, tranquilize o idoso, essa pessoa para quem tudo é novo e merece todo o nosso cuidado e respeito. Em geral, sua primeira reação traz um medo oculto e geralmente é de negação (“estou bem; não quero ir para a casa de ninguém nem ter algum estranho em casa”). Continua…